UE divulga recomendações para um regresso seguro ao trabalho

Numa altura em que vários países se prepararam para suavizar as restrições impostas devido ao novo coronavírus, a União Europeia (UE) quer garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores no regresso às respectivas empresas.

Para isso, elaborou um guia com orientações que aponta, entre outros, para a colocação de divisórias entre funcionários nas empresas, a continuação do teletrabalho e a utilização de transportes individuais em vez dos colectivos. O guia abrange seis domínios:

– Avaliação dos riscos e medidas adequadas;

– Envolvimento dos trabalhadores;

– Tratar de trabalhadores que tenham estado doentes;

– Planeamento e aprendizagem para o futuro;

– Manter-se bem informado;

– Informação para profissões e setores específicos.

As recomendações divulgadas hoje chegam por parte da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA), que elaborou um plano geral e delineou medidas específicas para determinadas profissões e sectores.No que às barreiras diz respeito, podem ser feitas propositadamente ou improvisadas: folhas de plástico, gavetas móveis ou outras unidades de armazenamento podem ajudar. Quando isso não for possível, o ideal será criar espaço adicional entre os trabalhadores para que não haja contacto físico.

O guia refere também que em casos em que os contactos próximos são inevitáveis, devem ser limitados a um total de 15 minutos. Podem ser adoptados turnos diferentes, organizadas as pausas e a utilização de locais como casas de banho.

A EU-OSHA pede também que os empregadores facilitem a utilização de transportes individuais, disponibilizando um parque de estacionamento ou um local seguro para guardar bicicletas. Sempre que possível, os trabalhadores devem ser incentivados a caminhar para o trabalho.

«Hoje, mais do que nunca, é muito claro que a protecção e a promoção da segurança e da saúde no trabalho são da máxima importância para trabalhadores, empresas, sistemas de protecção social e toda a sociedade», afirma o comissário europeu do Emprego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit, justificando o interesse da Comissão Europeia no desenvolvimento de um guia deste tipo.

Segundo o mesmo responsável, as orientações dão resposta a dúvidas de ordem prática que os empregadores têm. Mostram, por exemplo, o que fazer de modo a minimizar a exposição ao coronavírus no local de trabalho, como actualizar a avaliação dos riscos ou como tratar de trabalhadores que tenham estado doentes. «Irão, assim, ajudar os empregadores e as empresas a gerir o regresso ao trabalho e a dar conselhos práticos ao seu pessoal», sublinha Nicolas Schmit.

Relativamente ao ponto que diz respeito ao cuidado de trabalhadores que estiveram doentes, a recomendação passa por analisar cada caso e perceber se existem algumas adaptações necessárias. Pessoas que tenham sido infectadas poderão precisar de tempo livre para sessões de fisioterapia, por exemplo. A EU-OSHA alerta ainda que estes colaboradores poderão sofrer algum tipo de estigma ou discriminação e que os empregadores devem estar atentos.

O guia sugere também que sejam criados planos de contingência ou actualizados os já existentes. Empresas que tenham recorrido ao teletrabalho poderão considerar adoptar esta opção a longo prazo.

Sobre o trabalho remoto, também existem algumas orientações específicas: as empresas devem permitir que os colaboradores levem para casa, de forma temporária, os equipamentos de que necessitam (computador ou impressora, por exemplo) e encorajá-los a fazer pausas regulares (a cada 30 minutos), entre outros.

Quanto aos trabalhadores que vão regressar, efectivamente, ao local de trabalho, a EU-OSHA recomenda que seja um processo gradual e que sejam realizadas algumas alterações ao espaço físico de modo a minimizar uma potencial transmissão do vírus.

Fonte: executivedigest.sapo.pt